Há uma coisa que os políticos não percebem acerca da educação. Essa coisa é a estabilidade. A Aliança Democrática propõe-se, segundo Margarida Balseiro Lopes, vice-presidente do PSD, fazer uma revisão das Aprendizagens Essenciais (isto é, dos actuais programas disciplinares) e dos documentos orientadores do ensino. Não está em causa, a legitimidade de quem ganha as eleições de aplicar as suas políticas. O que está em causa é outra coisa. Cada nova revisão dos documentos orientadores da educação e dos programas disciplinares é um factor de profunda instabilidade na vida das escolas, nas aprendizagens dos alunos e nas práticas dos docentes. Todos os ministros, ou candidatos a ministros, do sector acham que têm ideias geniais sobre a educação e o resultado é a multiplicação do caos, com mudanças substanciais mal muda a orientação do governo. As orientações introduzidas pela governação socialista só agora começam a consolidar-se, mas já estão à porta outras, como se tudo tivesse de começar do zero. Os alunos portugueses mereciam um pacto entre os partidos, de modo a limitar a perturbação que cada novo governo insiste em introduzir num sector tão delicado como a formação escolar das novas gerações.
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