Entre várias outras medidas de política externa, o Bloco de Esquerda propõem, no seu programa eleitoral, a saída de Portugal da NATO e a defesa do desarmamento negociado e multilateral. O que o BE não explica é como Portugal, fora da NATO, se poderia defender caso fosse atacado e isso é uma possibilidade real nos dias de hoje. Certamente, os dirigentes bloquistas diriam que defendem um desarmamento negociado e multilateral. Esta seria a resposta, tendo em conta o que se escreve no programa eleitoral, mas isso, na verdade, não responde ao problema da defesa do país em caso de necessidade.
Ora, por muito que Portugal pudesse defender semelhante posição, isso em nada alteraria a realidade geopolítica, apenas enfraqueceria Portugal. Não depende de Portugal a existência de potências inimigas que não se querem desarmar, antes pelo contrário. Não depende de Portugal nem da União Europeia, o facto de haver uma ameaça muito séria à segurança dos povos europeus. Defender o desarmamento negociado multilateral é defender rigorosamente nada, um exercício retórico que cobre uma posição absolutamente irrealista, fundado num dogmatismo ideológico que torna o BE incapaz de analisar a realidade geopolítica. Na prática, seria uma capitulação do país.
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