sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Uma ajuda a António Costa

Há quem ache (ver aqui) que é a preparação da segunda vinda de Passos Coelho. A mim parece-me um favor a António Costa. Em ano de eleições lançar o maior partido da oposição no combate interno é desperdiçar as energias necessárias para os confrontos essenciais. Os socialistas agradecem o eleitorado do centro - e tão precisados que estão para se livrarem da sua esquerda -, que desconfiará de um PSD em ebulição interna.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Inimigos

Há pequenos sintomas, a que não se dá atenção, mas que anunciam grandes catástrofes. Numa coexistência política civilizada, seria impensável governantes de um país pronunciarem-se sobre problemas que atingem outro. Isso, porém, acabou. Na verdade, a Itália actual e a França actual não são aliadas, são inimigas. Os políticos italianos estão a agir em conformidade.

sábado, 5 de janeiro de 2019

Brasil

Aquilo que se está a passar no Brasil, com o novo governo Bolsonaro, é um acontecimento merecedor da maior atenção. Estamos a assistir a um ataque aos valores do Iluminismo, os quais pareciam estar completamente integrados nas nossas sociedades. O governo brasileiro, na prática, reinvindica os três pilares que as Luzes puseram em causa: a tradição, o preconceito e a autoridade. Pode parecer uma farsa anti-comunista. Na verdade, é uma tentativa de retorno ao Antigo Regime, um processo contra as Luzes e a razão.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

O caso Miguel Macedo

Confesso que fico contente por Miguel Macedo ter sido absolvido (aqui). Não por ser da cor política dele, não sou, mas porque é uma boa notícia para a República. Não, nem todos políticos são corruptos. Aliás, acho mesmo que a maior parte não o é. Há, no entanto, uma coisa que, na minha ignorância dos caminhos da justiça, me faz impressão. Se qualquer acusação a um qualquer cidadão deve ser suficientemente sólida, a acusação a um governante deve-o também ser e, talvez, o deva ainda ser mais que noutros casos. Por muito que eu não concorde com as ideias de Miguel Macedo, reconhecia nele um bom ministro e tinha a impressão de estar perante uma pessoa séria. Serviu para quê a destruição de uma carreira política?