Hoje, dia 1 de Maio, vale a pena olhar para o artigo Subida do salário mínimo impulsionou ganhos para 54% dos trabalhadores, no Público (aqui). O artigo refere um estudo de Carlos Oliveira para o Labour Economics, de Dezembro de 2023 (o estudo pode ser lido aqui). Segundo o autor, o salário mínimo entre 2006 e 2019 está ligado, de forma notável, à diminuição da desigualdade económica, bem como ao incremento em 40% do próprio salário médio. Conhece-se bem as ladainhas que são recitadas sempre que o salário mínimo é aumentado, nomeadamente, quando isso é feito em governações à esquerda. A economia nacional implodiria e talvez o mundo acabasse. Até agora, porém, nem a economia nacional implodiu nem o mundo acabou.
Se é importante para os trabalhadores o incremento salarial, dando-lhes hipóteses de uma vida mais digna, a questão da igualdade é central para o bom funcionamento das comunidades nacionais. Uma sociedade completamente igualitária seria distópica e disfuncional. Contudo, uma diminuição das desigualdades é central para um bom clima social nessas comunidades. As pessoas têm de sentir que vale a pena cooperarem, pois o seu esforço e a sua função são reconhecidos. A questão do reconhecimento é estruturante para a vida em comunidade. Esse reconhecimento terá de ser feito de múltiplos modos, mas o reconhecimento através do rendimento tem um papel fundamental. É bom que não se esqueça isso neste 1.º de Maio e nos restantes dias do ano.
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