quinta-feira, 16 de maio de 2024

Imigração, a Europa num beco sem saída

Mais um exemplo do paradoxo em que vivem os países europeus. O novo governo dos Países Baixos, do qual faz parte o partido da direita radical de Geert Wilders, pretende uma política migratória altamente restritiva (aqui). A evolução social e económica dos países europeus parece ter chegado a uma situação absurda. Por um lado, o enriquecimento da população teve duas consequências, a diminuição da demografia e a recusa por parte das populações, com níveis de formação elevados, dos empregos indiferenciados e mal remunerados. Para continuar a manter os níveis de vida alcançados, por outro lado, é necessária mão-de-obra estrangeira, que vem fazer aquilo para o qual já não há gente disponível. Essa força de trabalho só pode vir, no actual contexto, de culturas muito diferentes das europeias, o que choca com as identidades autóctones tradicionais e alimenta a retórica racista e xenófoba. Quanto maior for o crescimento económico, maior a necessidade de imigrantes. Quantos mais imigrantes, maior a contestação à presença desses imigrantes. Um beco sem saída.

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