A direita portuguesa é devota, muito devota de S. Jerónimo.
Acende velas ao santo. Reza-lhe por um milagre. Não tarda, fará procissões e
romarias. Consta que o santo, além de santo, é comunista, mas a direita
portuguesa adora comunistas. À séria. Ela adora comunistas, daqueles muito
proletários, de fato-macaco e revolução na boca, como quem reza um rosário.
Adora, mesmo. Para o provar, vendeu a EDP ao Partido Comunista Chinês, através
de uma empresa do Estado chinês. Agora, está desejosa de ver greves e
manifestações. Greves, para a direita portuguesa, são o máximo. Ela adora o
encarnado e as greves são um mar encarnado. E mais uma velinha para o santo,
coitado, que bem precisa e a direita gosta muito dos pobrezinhos e dos
necessitados. E a direita chora convulsivamente pela perda de câmaras dos
comunistas. Os dedos da direita não se cansam de deslizar nas contas do
rosário. E que pena há no coração da direita. Coitadinhos dos comunistas. A direita
chora mesmo mais que os próprios comunistas. E lá vem mais uma vela para S.
Jerónimo e um rosário pelo Comité Central. O pior, para a direita, é se o santo
for surdo.
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