sábado, 7 de outubro de 2017

A direita e o PCP

A direita portuguesa é devota, muito devota de S. Jerónimo. Acende velas ao santo. Reza-lhe por um milagre. Não tarda, fará procissões e romarias. Consta que o santo, além de santo, é comunista, mas a direita portuguesa adora comunistas. À séria. Ela adora comunistas, daqueles muito proletários, de fato-macaco e revolução na boca, como quem reza um rosário. Adora, mesmo. Para o provar, vendeu a EDP ao Partido Comunista Chinês, através de uma empresa do Estado chinês. Agora, está desejosa de ver greves e manifestações. Greves, para a direita portuguesa, são o máximo. Ela adora o encarnado e as greves são um mar encarnado. E mais uma velinha para o santo, coitado, que bem precisa e a direita gosta muito dos pobrezinhos e dos necessitados. E a direita chora convulsivamente pela perda de câmaras dos comunistas. Os dedos da direita não se cansam de deslizar nas contas do rosário. E que pena há no coração da direita. Coitadinhos dos comunistas. A direita chora mesmo mais que os próprios comunistas. E lá vem mais uma vela para S. Jerónimo e um rosário pelo Comité Central. O pior, para a direita, é se o santo for surdo.

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