Há dias referi que o papel de provedor do cidadão que
Marcelo Rebelo de Sousa tem feito é útil. Referia-me a casos como os de Tancos
ou da Legionella. Nestes e noutros semelhantes, isso é aceitável e benéfico.
Outra coisa é comentar todas as decisões políticas do governo. As que lhe
agradam ou as que lhe desagradam. Na prática, está a desenhar um paternalismo,
em relação à governação, à oposição e aos cidadãos, que não é compatível com
uma democracia liberal. Este paternalismo assenta numa coisa perigosa para a
cidadania e para a democracia: a ideia de que a posição do PR é a verdade sobre
um determinado assunto. Isso é aniquilar a democracia. Imaginemos que, no caso do prolongamento até 23 de Novembro do período crítico de incêndios, a decisão
do governo gerava discórdia na oposição. O comentário de Marcelo Rebelo de
Sousa aniquilaria de imediato o debate político e o papel da oposição.
Condicionaria também a opinião dos cidadãos. Isto é perigoso.
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