sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Um paternalismo perigoso

Há dias referi que o papel de provedor do cidadão que Marcelo Rebelo de Sousa tem feito é útil. Referia-me a casos como os de Tancos ou da Legionella. Nestes e noutros semelhantes, isso é aceitável e benéfico. Outra coisa é comentar todas as decisões políticas do governo. As que lhe agradam ou as que lhe desagradam. Na prática, está a desenhar um paternalismo, em relação à governação, à oposição e aos cidadãos, que não é compatível com uma democracia liberal. Este paternalismo assenta numa coisa perigosa para a cidadania e para a democracia: a ideia de que a posição do PR é a verdade sobre um determinado assunto. Isso é aniquilar a democracia. Imaginemos que, no caso do prolongamento até 23 de Novembro do período crítico de incêndios, a decisão do governo gerava discórdia na oposição. O comentário de Marcelo Rebelo de Sousa aniquilaria de imediato o debate político e o papel da oposição. Condicionaria também a opinião dos cidadãos. Isto é perigoso.

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