Um equívoco e um desejo em vias de frustração. Depois de renascer, Nuno Melo quer o CDS a reconquistar a direita que perdeu, assim titula o Público a notícia sobre o congresso do CDS. Um equívoco porque o CDS não renasceu. O PSD tirou-o do jazigo e exibe-o como D. Pedro exibiu Inês, como rainha morta, mas com mais cálculo de interesses e menos, muito menos, amor. Quanto ao desejo do líder do CDS de reconquistar a direita perdida não passa de um desejo cujo objecto não está disponível para responder.
O CDS foi um partido em que entre os seus dirigentes e quadros e os seus eleitores sempre houve uma diferença significativa. Por norma, os dirigentes - muitos deles notáveis - e quadros cultivaram e interiorizaram um apreço pela democracia liberal, mas o povo que votava CDS estava longe de se rever nesse apreço. Encontrou em André Ventura o homem forte - é assim que ele se imagina e é assim que os devotos o imaginam, se isso corresponde à realidade é outra coisa - que andava à procura. O mercado que o CDS quer reocupar está ocupado e com a clientela satisfeita.
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