Pedro Passos Coelho surge como um cruzado em guerra contra os infiéis. Contudo, estes infiéis já não são a esquerda, mas aqueles que se reconhecem numa visão liberal dos comportamentos humanos. Os salamaleques de Ventura são o sinal dessa reorientação do antigo primeiro-ministro, que se está a tornar a nova esperança não do conservadorismo democrático, mas daquele que nunca conviveu bem com a democracia liberal. A intervenção de Passos Coelho no lançamento do livro Identidade e Família gerou uma clara ruptura na direita portuguesa. Nem a Iniciativa Liberal nem parte substancial do PSD se reconheceram nos valores que estão subjacentes a essa intervenção. Neste momento, parece que o grande objectivo de Passos Coelho é fazer bascular toda a direita para as portas de uma visão autoritária dos costumes e da sociedade, uma visão que tornaria indistinta a direita radical de Ventura e as direitas democráticas. Apesar da forte contestação surgida na militância da direita democrática, nada garante que Passos Coelho não ganhe a sua cruzada contra a vida liberal e as direitas democráticas.
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