Num estudo agora publicado do ISCSP, 87% dos portugueses afirmam preferir a democracia representativa. O resultado parece, à primeira vista, bom. Contudo as alternativas também não obtiveram um mau score. Um governo de especialistas seria bem recebido por 70% e um governo autoritário de um homem forte, sem recurso a eleições, por 47%. Isto significa que a democracia é preferível, mas, se ela acabar, uma parte substancial dos portugueses apenas encolherá os ombros como se nada se passasse. Uma nota interessante é que 55% dos que veriam com bons olhos um governo autoritário não têm qualquer interesse pela política. Isto é um retrato da fragilidade da democracia portuguesa. A conjugação de uma população que aceita a democracia, mas que não lhe é fiel, com a despolitização de parte significativa dessa população são o caldo cultural que alimenta os sonhos autoritários da extrema-direita e dos candidatos a salvadores da pátria.
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