Um artigo de Teresa de Sousa, no Público, reflecte, com dados provenientes do Politico, sobre a atracção exercida pela extrema-direita nas novas gerações. Fundamentalmente, sobre os jovens do sexo masculino. As raparigas, contudo, estão mais inclinadas para a esquerda. Existem diversas causas para que os rapazes e jovens adultos se sintam inclinados para o extremismo de direita. Duas causas parecem fundamentais. Por um lado, os homens são animais territoriais e como tal, a partir da presença de uma certa percentagem de pessoas consideradas cultural e etnicamente estranhas, os discursos anti-imigração encontram eco nessa animalidade territorial. Por outro, o fim, pelo menos ideológico, do papel de dominação dos homens sobre as mulheres e o triunfo destas em todas as áreas, a começar pela académica, está a causar não apenas ansiedade, mas uma cada vez menos escondida raiva. Os rapazes e jovens adultos parecem incapazes de se adaptar a um novo mundo onde a presença do estranho é constante e em que a visão da masculinidade tradicional está em crise. Daí, a sua adesão à retórica anti-imigração. Daí, o fomento entre eles de uma cultura machista e que, por norma, vem acompanhada de um desprezo pelas liberdades e direitos das mulheres. Encontram na extrema-direita a representação para a sua ansiedade e raiva. Fundamentalmente, para a sua insegurança. E é esta insegurança a chave que permite perceber por que razão os jovens do sexo masculino aderem às teses extremistas e radicais dessas direitas.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.