O notável e notado afastamento do líder do Livre, Rui Tavares, da campanha de Francisco Paupério, cabeça de lista do partido às europeias, torna patente não apenas o afastamento entre ambos, mas os equívocos que o método de escolha de deputados adoptado pelo partido de Rui Tavares implica. Este caso adiciona-se ao de Joacine Katar-Moreira e torna, mais um vez, patente que aquilo que parece ser uma boa ideia se pode transformar numa arma contra a própria organização.
Os partidos políticos são organizações centradas na conquista do poder (mesmo que seja um poder relativamente diminuto como eleger um deputado ou um eurodeputado), o que exige um consenso mínimo nas equipas políticas. As directas para a escolha de deputados trazem sempre riscos acrescidos de ruptura dentro de uma organização. E isso é ainda mais claro em pequenos partidos como o Livre, os quais podem ser facilmente capturados por visões políticas muito diferentes das do partido. Imagina-se, facilmente, que Rui Tavares tema a repetição, agora no parlamento europeu, do caso Joacine ou dos seu próprio caso quando, no mesmo parlamento, cortou com o BE, pelo qual tinha sido eleito.
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