A estratégia política desenhada, há muito, por Macron teve agora o seu epílogo. Apostou em destruir a esquerda e a direita democráticas, substituir o centro tradicional por um centro de matiz liberal. As eleições de ontem mostraram o resultado. O centro esquerda está coligado, mas em minoria, com forças de esquerda mais radicais, algumas a roçar o populismo. A extrema-direita, apesar da derrota, cresceu e é uma força política consolidada. Os liberais de Macron resistiram, mas não têm condições para formar governo, pois também foram derrotados. A solução política está longe de ser fácil e a França está à beira da ingovernabilidade, a não ser que, num passe de mágica, as forças do macronismo e as de esquerda encontrem a sensatez e a prudência suficientes para encontrar um caminho que possa evitar a deriva dos franceses para a extrema-direita. Talvez seja esperar demasiado da humanidade. A União Europeia pode respirar de alívio com a vitória da esquerda, mas veremos se a derrota da extrema-direita foi conjuntural ou estrutural.
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