As eleições no Reino Unido trouxeram uma retumbante vitória dos trabalhistas e uma humilhação eleitoral dos conservadores. Há um aspecto, porém, que está a ser pouco realçado. Trata-se da eleição de Nigel Farage, o líder do Partido Reformista. Nunca Farage tinha conseguido ser eleito para o parlamento britânico. Além disso, é possível que os reformistas tenham um conjunto de deputados, ainda que pequeno tendo em conta a dimensão do parlamento britânico, com algum significado.
Isto, perante a dimensão da vitória do Labour, parece uma irrelevância. Ora, quem é Farage? É um demagogo muito competente, que fez do seu lugar de eurodeputado o púlpito de onde pregou, com não pouca eficácia, o Brexit. Ele é um dos responsáveis pela situação que o Reino Unido vive, mas é provável que sejam apenas os conservadores a arcar com a punição pelo descalabro que significou a saída do Reino Unido da União Europeia.
Farage tem agora uma nova tribuna para espalhar a sua demagogia e está confiante de que em breve o suporte popular aos trabalhistas cairá, pois a situação social, económica e política do Reino Unido é bastante complexa e não se vai alterar de um dia para o outro porque o país mudou de maioria, de governo e de primeiro-ministro. O perigo para os trabalhista não virá apenas da oposição conservadora, mas do populismo de Farage e do seu partido.
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