segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Discriminação pela idade

Um estudo acabado de publicar da Fundação Francisco Manuel dos Santos mostra que são os mais jovens que sentem maior discriminação, devido à idade, nos locais de trabalho (aqui). Este tipo de estudos lida com percepções e não com uma observação dos factos. São mais indicativos do estado de espírito de quem responde do que da realidade efectiva. 

Uma das hipóteses que se podem colocar para explicar este sentimento por parte das novas gerações pode residir nas elevadas expectativas que são criadas socialmente - a retórica da geração mais bem preparada, a ideia de que os mais novos são mais criativos e inovadores - e o real desempenho nas empresas. 

Durante muito tempo, desvalorizou-se as pessoas com mais idade, o facto de não serem suficientemente maleáveis perante as inovações, a suposta incapacidade de se adaptarem aos novos tempos. O mais plausível é pensar que tanto o endeusamento das novas gerações como a diabolização das mais velhas eram exagerados. 

Muitos destes exageros se devem à retórica política e a práticas políticas que tendem, na formação escolar das novas gerações, a eliminar obstáculos e dificuldades, criando nelas uma ilusão sobre aquilo que irão encontrar ao abandonar os bancos das escolas e das universidades. A discriminação sentida pelos mais jovens pode ser apenas o resultado da frustração perante uma realidade para a qual, devido à orientação das políticas educativas, não foram preparados.

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