sábado, 10 de agosto de 2024

A questão catalã

Um estranho aparecimento e um estranho desaparecimento são as últimas acções do líder separatista catalão Carles Puigdemont. A sua situação de exilado político reflecte duas questões fundamentais. Uma de natureza constitucional e outra de natureza ideológica. A questão ideológica centra-se no confronto entre dois nacionalismos, o castelhano e o catalão. De certo modo, equivalem-se no seu radicalismo. O problema constitucional relaciona-se com a impossibilidade de se efectuar um referendo que permita aos catalães dizerem aquilo que querem. Em países democráticos, isso não deveria acontecer. 

No Canadá, a região francófona pôde pronunciar-se e dizer se queria continuar ou separar-se do Canadá. O mesmo aconteceu no Reino Unido com os escoceses. A democracia falou e, talvez não por acaso, ambos os projectos independentistas perderam. Provavelmente, seria isso que aconteceria na Catalunha, até porque muitos dos catalães de hoje vêm de outros lados de Espanha. Percebe-se que países autocráticos, e que sonham com impérios, não permitam que as pessoas se pronunciem. Isso não deveria acontecer em países democráticos, como se pensa que a Espanha é.

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