O governador do banco central alemão, Joachim Nagel, parece ter abandonado a circunspecção política que este tipo de personagens por norma ostenta. Não apenas confessou ter participado, recentemente e pela primeira vez na vida, numa manifestação em defesa da democracia, como declarou que a extrema-direita é um perigo para o bem-estar dos alemães, pois afasta investidores e trabalhadores estrangeiros necessários ao desenvolvimento económico (ver aqui). Ora, o que move a extrema-direita não é o bem-estar dos respectivos povos, mas a ocupação do poder e a transformação dos cidadão livres em sujeitos submetidos à dominação de quem ocupa o poder e deseja realizar as suas fantasias nacionalistas. A extrema-direita não quer saber se a economia funciona ou não. Melhor, quanto pior funcionar, mais possibilidades terá de chegar ao poder. Por isso, tudo fará para haja falta de mão-de-obra e de investimento. Não é um concorrente democrático ao poder com vista a melhorar as instituições democráticas. É um inimigo da democracia e das liberdades. Ora, se um governador do banco central da Alemanha se predispõe a dizer aquilo que Nagel disse, então a situação está muito mais perigosa do que se pensa.
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