sábado, 2 de março de 2024

A questão do rating da dívida

O facto de a agência Standard & Poor's ter subido o rating da dívida portuguesa para -A não é negligenciável do ponto de vista da avaliação política dos governos de António Costa, apesar da pouca atenção que a comunicação social lhe deu. As opções políticas desenhadas em 2015 contrariavam a generalidade das opções que um novo governo de direita iria aplicar. Passos Coelho avisou que viria aí uma catástrofe, viria o diabo, devido à reversão dos direitos sociais que ele tinha confiscado e que se preparava para confiscar ainda mais duramente, a começar pelas pensões. Ora, o que se passou foi exactamente o contrário, apesar dos governos de António Costa terem de enfrentar uma pandemia e as consequências da guerra na Ucrânia. A gestão da dívida foi exemplar, os direitos confiscados foram devolvidos, o salário mínimo subiu para além de qualquer expectativa. Mesmo o investimento nas áreas mais problemáticas, como a Saúde, cresceu bastante. A esquerda mostrou que era possível compatibilizar o cumprimento das obrigações financeiras do país e a promoção do bem-estar das pessoas, a começar pelos mais vulneráveis. Nada disto, porém, pode ser suficiente para que a esquerda volte ao poder a 10 de Março. 

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