Há dias, já não sei onde, talvez numa rede social, vi um pequeno vídeo que mostrava três grandes bibliotecas na China. Os edifícios são de uma modernidade arquitectónica extraordinária e a sua beleza surpreendente. Contudo, o mais impressionante é o sinal político que representam. Mostram a pujança da China, claro, mas o mais saliente é que são uma espécie de argumento a favor dos regimes autoritários e autocráticos. Pretendem mostrar a eficiência destes regimes quando comparados com as democracias liberais. O filósofo norte-americano John Rawls afirmou que instituições injustas, por eficientes que sejam, devem ser mudadas. Este era um credo basilar da cultura liberal do Ocidente. Ora, as potências autocráticas actuais pretendem afirmar a sua superioridade mostrando um grau elevado de eficiência na resposta aos anseios das populações, invertendo a máxima de Rawls. Por mais justas que sejam as instituições, se elas não responderem aos anseios populares, então devem ser mudadas. E este é um problema real nas democracias liberais do Ocidente.
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