A situação na Catalunha, depois das eleições de 21 de Dezembro, está completamente embrulhada. Em
número de deputados, os independentistas têm maioria absoluta (70 lugares num
parlamento de 135). Contudo, os independentistas apenas têm 47,5% dos votos.
Isto parece indicar que os não independentistas têm, em caso de um hipotético
referendo, uma maioria garantida. Nem isso, porém, é claro. Os não
independentistas somam 50,9% dos votos. Contudo, neste bloco estão
contabilizados os 7,45% do CatComú-Podem, o Podemos catalão e os seus aliados,
que parecem ser bastante esquivos. Nada garante que parte destes votos, num
hipotético referendo, não se desloque para o independentismo. Em resumo, uma
salsada das antigas, na qual o senhor Rajoy, com os seus tiques marialvas, sai
maltratado. Não resolveu nenhum problema e talvez tenha criado alguns. O não
independentismo deve ter atingido o seu pico no dia de hoje, a partir de agora
o mais previsível é diminuir por falta de comparência. Do ponto de vista
democrático, só um referendo legal poderá resolver a situação. Ora, para isso é
necessário mexer na Constituição e na linguagem arcaica e quasi-falangista que
transparece no corpo legal espanhol. Será que os fantasmas espanhóis o vão
permitir?
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