Será que António Costa perdeu o faro político que parecia
ser a sua imagem de marca? Será que não passa de um adolescente que se
entusiasma e diz qualquer coisa movido pela emoção? Não saberá ele, que anda há
tanto tempo nisto, que qualquer palavra - ou até qualquer murmúrio - que saia
da sua boca vai ser escrutinada até à exaustão? Por muitas razões que a
economia lhe dê para rir e celebrar (até a Fitch o veio ajudar), ele, depois da
devastação dos incêndios, terá de medir cada palavra que diz, cada expressão
facial que apresenta. Um político não tem estados de alma. Um político que luta
para manter o poder apresenta os estados de alma que os eleitores esperam dele.
As coisas são o que são. Num ano em que morreram mais de cem pessoas em
incêndios, devido aos quais o governo está sob forte escrutínio público, nem ao
diabo lembraria vir dizer que 2017 foi um ano saboroso para o país. António
Costa parece que ainda não percebeu uma coisa essencial para se manter no
poder. Ele e o seu governo, em público, ou se mostram de luto, ou põem cara de
enterro, ou fazem-se de mortos.
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