Já vi aqui encómios e vitupérios ao discurso do JMT. Fui lê-lo. Apenas o expectável tendo em conta a personagem. O meu problema, porém, não é com o discurso mas com o próprio dia. O 10 de Junho nasceu como feriado municipal de Lisboa, durante os fervores da primeira República, em que esta liquidou uma série de feriados religiosos e deu permissão aos municípios para criarem o seu feriado. O Estado Novo nacionalizou-o, denominou-o dia da raça e louvou-se insistentemente nele. A democracia fez do 10 de Junho um dia pitoresco, na melhor das hipóteses. Por mim acabava com ele, devolvia um feriado à Igreja e, se se quer comemorar ritualmente Portugal, sempre podemos usar o 1.º de Dezembro (o da libertação dos Filipes) ou, de preferência, o 5 de Outubro, dia do Tratado de Zamora, pelo qual nos tornámos independentes. Neste caso, contentavam-se republicanos e monárquicos.
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