Uma das coisas que os socialistas sabem desde 2005 é que perderam o voto dos professores. Sabem que essa perda é praticamente irreversível. Durante esta legislatura não deram um passo para o reconquistar, mas mantiveram, desde que a questão da recuperação do tempo de serviço foi suscitada, em aberto a possibilidade de explorar a animosidade existente no país contra os professores. Foi-lhe dada essa oportunidade e eles não a desperdiçaram. O discurso do primeiro-ministro deu o mote. Não há ataques ao PCP e ao BE, nem afrontas verbais aos professores. Tudo se vai concentrar em mostrar a irresponsabilidade política da direita e sublinhar que não há dinheiro para o pretendido. O resultado eleitoral joga-se ao centro e não é sequer de subestimar a hipótese do PS ir buscar votos a eleitores do BE que não trabalhem na função pública. Depois, o trabalho sujo é feito pela máquina partidária sob anonimato nas redes sociais, o que não é sequer uma particularidade socialista.
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