As coisas que nos acontecem nas redes sociais. Há pouco
choquei aqui mesmo (no facebook) com um antigo cartaz do MRPP. A Revolução deve avançar a
todo o vapor, dizia numa mescla vibrante de amarelos e vermelhos e foices e
martelos. E eu fiquei siderado pelo imperativo. Depois daquele momento de
estupor que tamanha revelação produz, a razão, velha serpente nascida nos
infernos, perguntou-me: avançar, mas avançar para onde? E eu perplexo
respondi-lhe que deve avançar, porque uma revolução é uma coisa que
avança, avança, avança, nem que seja para trás. O que importa é avançar,
acrescentei. A rameira batida na borda das estradas, sorriu e voltou-se para
mim: deve avançar seja lá para onde for, mas devagarinho. Devagarinho?
Interroguei e acrescentei: devagarinho não, a todo o vapor. E ela, a messalina,
para me atazanar, diz: mas onde vives tu, ó meu pobre idiota, se achas que
mesmo nos anos 70 do século passado andar a vapor era símbolo de rapidez? Olha,
diz-me ela, vai apanhar o TGV para Madrid ou um avião para Mérida. A todo o
vapor.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.